Resenha: UM OLHAR DO PARAÍSO (Filme em Destaque)


UM OLHAR DO PARAÍSO (The  Lovely Bones, EUA, Reino Unido, Nova Zelândia, 2009)
Gênero: Suspense
Duração: 139 min.
Elenco: Saoirse Ronan, Mark Wahlberg, Rachel Weisz, Susan Sarandon, Stanley Tucci
Roteiristas: Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson
Compositor: Brian Eno
Direção: Peter Jackson
Cotação:

Quem ou o que é o culpado pela safra tão ruim de filmes produzidos em Hollywood atualmente? Culpemos o espírito da época. Se nem um cineasta que quase sempre acerta como Clint Eastwood foi bem sucedido, não seria Peter Jackson que faria a diferença. Ainda assim, seria interessante saber por que razão Jackson quis dirigir um filme sobre uma menina que é assassinada e fica assistindo o que acontece em nosso plano. Bem a cara de livros espíritas e sem o mesmo impacto de GHOST – DO OUTRO LADO DA VIDA. O problema é que Jackson quis tornar o limbo no qual a garotinha fica depois de morta numa espécie de paraíso colorido, parecido com o mostrado em AMOR ALÉM DA VIDA, de Vincent Ward. Aí ficou aquela coisa brega. Ainda mais com aquela música meio new age para dar um clima “angelical” à coisa.

Tem também o problema da indefinição de gêneros, que eu nem vejo como algo tão grave e que pode tornar algumas obras até mais interessantes, mas que não funciona de jeito nenhum em UM OLHAR NO PARAÍSO (2009). E isso eu já havia percebido desde o trailer, que está sendo veiculado de forma insistente nos cinemas, o que já cria uma antipatia para o espectador que costuma ir com mais frequência ao cinema. No trailer, já se nota a mudança do registro “melodrama espírita” para o de “filme de suspense” ao mostrarem a sequência da irmã da menina assassinada invadindo a casa do assassino à procura de evidências.

Porém, nem tudo são espinhos em UM OLHAR NO PARAÍSO. É possível encontrar aspectos positivos no filme. Nota-se que é um trabalho de um cineasta talentoso e com domínio da técnica. Algumas tomadas lembram alguns dos melhores momentos dos filmes da saga O SENHOR DOS ANÉIS (2001-2003), com closes em destaque, imagens como numa moldura e grandes objetos mostrados em primeiro plano. Há também uma boa reconstituição de época (anos 1970), mas isso é mais do que obrigação para um diretor como Peter Jackson numa produção classe A.

E quando o filme naufraga, acaba levando junto seus intérpretes, por melhores que eles sejam. Caso de Susan Sarandon, no papel da avó beberrona, ou de Mark Wahlberg, como o pai obcecado por pegar o assassino da filha. O mesmo valendo para Stanley Tucci, no papel do serial killer. Nem parece que estamos diante de um filme do mesmo diretor de ALMAS GÊMEAS (1994), que acertava tanto na construção dos personagens quanto na reconstituição de uma tragédia brutal. Talvez Jackson tenha ficado careta ou simplesmente tenha percebido que pisou na bola quando já estava no meio da filmagem. De uma forma ou de outra, não dá mais para voltar atrás e temos que aguentar mais de duas horas de um filme que, quando não incomoda por suas “qualidades”, causa sono e desinteresse.

Ailton Monteiro

29 comentários sobre “Resenha: UM OLHAR DO PARAÍSO (Filme em Destaque)

  1. Bem, eu, se fosse você, estudaria um pouco o espiritismo antes de falar qualquer coisa sobre tal. Muito fácil ver um filme desse porte e ficar horas e horas tentando ver os furos. Sinceramente, uma pessoa que não consegue ver a beleza de um filme como este, não deveria está fazendo criticas porque, no mínimo, não sabe o que escreve ou o que pensa. Mais uma vez, peço que só escreva sobre aquilo sabe ou, pelo menos, tenha a certeza. Grato.

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  2. Todos tem direito à sua opinião, seja o autor da resenha, sejam os leitores, e ela deve ser respeitada. Nada justifica ofensas pessoais, vamos manter o respeito e discutir como pessoas civilizadas ok?

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  3. gostaria de saber qual o nome da musica que toca quando susan sarandon esta lavando a roupa na maquina de lavar.
    obrigado
    carlos

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  4. sr. jorge
    por favor responda para min estou no aguardo, qual musica é quando susan sarandon esta lavando a roupa na maquina de lavar, faz muito tempo qua estou aguardando a resposta?

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  5. Gostei muito do filme, e acho que eles deviam sempre explorar, os temas espiritas, pois tds eles tentam ensinar e ou passar algo de bom para as pessoas. Quanto à crítica acima, realmente são pessoas que não entendem nada sobre o tema e não tem nenhuma sensibilidade.

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  6. O filme é maravilhoso. A mensagem é linda! Quanto a critica a resenha infeliz do Ailton Monteiro (por provavelmente nao dominar a cultura espirita), quando se refere como infeliz e brega a tentativa de Peter retratar a passagem entre a terra e o céu da atriz , o mesmo não sabe que esta passagem quando o espirito ainda nao esta consicente que nao mas pertence a carne e mantém raizes inconscientes no plano terrestre nao é permitido que o mesmo va direto para o “limbo”. Após esta fase, ai sim quando em raiva ou odio continuo mantem-se no limbo até desvenciliar-se do sentimento. Agora se o ator foi muito mais comercial e inteligente do que como entenderia Ailton sabendo que o paraiso ainda é muito mais comercial que o limbo e que a mensagem do filme nao se modifica por nao ser ipisis liris a filosofia espirita é obvio que foi muito feliz na fotografia, e no roteiro. Meio a obrigação de criticar não se permitiu perceber as tomadas nao fotograficas mas de geração de sentimentos nos especatadores e assim foi infeliz em sua posição.

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  7. só digo que me atrasei para ir a faculdade porque não consegui sair da frente da tv enquanto o filme não acabou… bom demais!! para quem acredita em algo além do plano terreno, é claro!

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  8. Avé .-.
    Faça um filme melhor, então ;)
    O filme é mto bom *-*, tem sempre uns pra dar opiniões contrarias, mastá

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  9. Assisti ontem pela emissora Globo, o filme é de total sensibilidade, ao meu ponto de vista, o autor do filme não quis explorar com afinco os planos além da vida, ele mostrou sim, pois sua ideia se baseava em sobrenatural, se fosse simplesmente suspense, o fantasma de Susie não existiria, ela morreria e começaria um verdadeiro suspense. Mas com intenção ou não do autor, acho que acabou por mostrar mais o que acontecia com as pessoas que ficavam e tinham que superar a morte de quem já tinha ido. Um fato que me deixou curioso é que quando o George Harvey morreu não mostrou para onde que supostamente ele teria que ir, se o filme era para ser sobrenatural , poderia abusar um pouco mais dessa conexão, do que com os efeitos especiais. Aqui é apenas uma opinião, ao final das contas o autor intencionalmente ou não, volto a dizer, ficou preso numa espécie de espaço entre a terra e o céu, e concentrou exatamente nisso, quando poderia abranger mais o campo de atuação uma vez, que o espiritismo é um campo bem complexo.
    Obs: Por mais que esteja nítido, a Susie foi estuprada? Por que a globo corta partes do filme , então provavelmente devo ter perdido algumas cenas, alguém sabe me dizer além de homicídio com mais especificação, o que aconteceu com a menina?

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  10. alguma coisa ti tocou profundamente, mas tao profundamente que nem vc aceita. ,reveja seus conceitos,permita-lhe conhecer melhor,seus medos,seus traumas,suas duvidas, a verdade e que vc com esse seu pensamento ignorante,e tentando ver a coisa apenas pelo lado “profissional” nao entende a mensagem subliminar ,que torna o filme encantador….
    paz no seu coraçao
    vai ver que e bem melhor viver em paz do que em conflitos….

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  11. Denise achei a musica !
    O nome da música quando ela se encontra com as outras meninas é: ” Song of the Siren – This Mortal Coil”

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