Produção: 2011
Duração: Versão de Cinema: 109 min. Versão Estendida: 128 min.
Direção: Zack Snyder
Elenco: Emily Browning, Abbie Cornish, Jena Malone, Vanessa Hudgens, Jamie Chung, Carla Gugino, Oscar Isaac
Vídeo: Widescreen Anamórfico 2.40:1 (1080p/AVC MPEG-4)
Áudio: Inglês (DTS-HD Master Audio 5.1), Português, Espanhol, Francês (Dolby Digital 5.1)
Legendas: Português, Inglês, Espanhol, Francês
Região: A, B, C
Distribuidora: Warner
Discos: 2 BDs (50GB), 1 DVD
Lançamento: 04/08/2011
Cotações: Som: ***** Imagem: ***** Filme: **½ Extras & Menus: **** Geral: ****
SINOPSE
Fantasia épica de ação que nos coloca frente à imaginação fértil de uma jovem garota, cujos sonhos são a única fuga da difícil realidade em um hospício. Desligada dos limites de tempo e espaço, ela está livre para ir onde sua mente levar, porém chega o momento em que suas incríveis aventuras quebram o limite entre o real e o imaginário, trazendo consequências trágicas.
COMENTÁRIOS
SUCKER PUNCH – MUNDO SURREAL é o filme mais pessoal do diretor Zack Snyder (MADRUGADA DOS MORTOS, 300, WATCHMEN – O FILME) por ser o único, até o momento, baseado em material totalmente original. Snyder bolou a história e co-escreveu com o novato Steve Shibuya o roteiro centrado na garota Babydoll, que é internada em um hospício feminino pelo seu padrasto pedófilo e assassino. Prestes a ser lobotomizada ela foge para uma realidade alternativa onde o manicômio virou um bordel, e ela e as demais internas são dançarinas e prostitutas. Com uma incomum habilidade de hipnotizar os espectadores enquanto dança, Babydoll vê uma possibilidade de fugir, mas para isso terá de liderar suas belas colegas numa aventura onde enfrentarão inimigos como samurais gigantes, zumbis nazistas, dragões e robôs.
SUCKER PUNCH é uma salada de influências nerds – gibis, animes, games, belas garotas lutando artes marciais, ficção científica, e sem dúvida Snyder fez um filme para quem partilha com ele essas referências. Infelizmente, faltou uma trama mais consistente para costurar todos esses elementos em uma produção que tivesse o conteúdo à altura da combinação de trilha sonora interessante com visual audacioso. O núcleo do filme é estruturado como um videogame, em fases movimentadas intercaladas por momentos sombrios no hospício/bordel. O ciclo torna-se um tanto repetitivo, e a constante quebra de ritmo torna o filme esquizofrênico: de um lado é uma fantasia de ação, do outro é um drama psiquiátrico ou de prisão, com tudo isso (ou quase) se passando na mente de Babydoll.
O longa não conseguiu cativar seu público-alvo e afundou nas bilheterias, além de ser sido bombardeado pela crítica. No entanto, esse fracasso de Snyder rendeu uma experiência audiovisual incomum. Os efeitos visuais são excelentes, e o elenco feminino, em alta definição, resplandece. Emily Browning, pálida, com olhos grandes e seu uniforme de escolar japonesa, encarna Babydoll como um poderoso fetiche que contrasta fragilidade e poder nas cenas de luta. E não há como não destacar Abbie Cornish, cuja beleza rouba a cena sempre que surge na tela. Do lado masculino Scott Glenn faz o melhor que pode como uma espécie de Yoda humano, que irá guiar Babydoll e suas garotas durante suas fantásticas missões.
Fica, então, a pergunta: este belo fracasso de Snyder é mesmo ruim, ou trata-se de um filme hoje incompreendido que, ao longo do tempo, encontrará seu público e será reconhecido? Não tenho resposta para essa pergunta, mas por seus variados atrativos visuais creio que SUCKER PUNCH – MUNDO SURREAL merece pelo menos uma locação. Tire suas próprias conclusões!
SOBRE O BD
O Blu-ray de SUCKER PUNCH – MUNDO SURREAL que a Warner disponibilizou no Brasil traz apenas sua versão de cinema, com 109 minutos, em um só disco de camada dupla (BD-50). Já nos EUA, além dessa edição simples, foi lançada esta que está sendo resenhada: um combo com três discos trazendo a versão de cinema em Blu-ray e DVD, cópia digital e uma versão estendida com censura “R” (18 anos) com quase 18 minutos de cenas adicionais. Um dos principais acréscimos é um número musical que parece saído de MOULIN ROUGE – AMOR EM VERMELHO (2001), de Baz Luhrmann, e que na versão de cinema aparece editado nos créditos finais. Outro é uma cena adicional quase no fim com High Roller (Jon Hamm, da série MAD MEN), que amarra uma ponta solta da versão original.
Os três discos estão bem acondicionados em um HD Case Slim (padrão nos BDs norte-americanos), envolto por uma bonita luva metalizada e em relevo. Antes dos menus dos BDs são reproduzidos trailers (sem legendas) de lançamentos de jogos e filmes em alta definição da Warner, como AMOR A TODA PROVA e a trilogia estendida de O SENHOR DOS ANÉIS. O menu principal dos BDs é simples, com uma imagem de fundo estática e uma seção inferior pop-up onde é possível selecionar cenas, extras, áudio (que na versão de cinema inclui dublagem em português Dolby Digital 5.1) e legendas (nas duas versões disponíveis em português BR, espanhol e inglês). Durante o filme, quando acionado o menu pop-up mostra uma imagem do capítulo reproduzido e as opções de áudio e legendas ativadas.
A transferência 2.40:1 1080p/AVC MPEG-4 está à altura dos visuais do filme, e é simplesmente deslumbrante. As cenas de efeitos visuais explodem na tela com cores vívidas (mais pálidas nas sequências ambientadas no hospício), firmes, e elevado detalhe. Há alguma granulação, que ajuda a tornar menos artificial o pesado CGI empregado. A nitidez é sempre alta, os níveis de preto são profundos e artefatos de compressão simplesmente inexistem.
Quanto ao áudio, se você quiser usufruir de toda a qualidade que o formato oferece, esqueça as dublagens disponíveis na versão de cinema: a faixa lossless DTS-HD MA 5.1 nos dois cortes do filme é arrasadora e valoriza sobremaneira as cenas de ação, reproduzindo os diálogos sempre à perfeição e espalhando o palco sonoro até os canais surround. A música é envolvente, os efeitos sonoros empregam uma agressiva separação de canais e os graves são sólidos. É uma dinâmica mixagem em alta definição, à altura das melhores atualmente disponíveis em Blu-ray. A versão de cinema e a cópia digital que estão no DVD não tem opções de áudio ou legendas no nosso idioma.
EXTRAS
Os extras da edição nacional em Blu-ray de SUCKER PUNCH são tímidos, porém nesta edição tripla norte-americana que estamos resenhando, e que inclui a versão estendida do filme, há o valioso acréscimo da opção Maximum Movie Mode, onde o diretor Zack Snyder, a exemplo do que fez no Blu-ray da versão estendida de WATCHMEN, discute meticulosamente a produção. E o melhor é que tudo está em alta definição (HD) e legendado em português do Brasil. Os dois BDs possuem funcionalidade BD-Live, e o DVD com a versão de cinema e a cópia digital não traz nenhum extra.
BD 1 (Versão de Cinema)
- Sucker Punch: Animated Shorts (11 min.) – Temos aqui quatro motion comics feitos para a divulgação do filme: “Feudal Warriors”, “The Trenches”, “Dragon” e “Distant Planet”. Cada um se relaciona aos quatro segmentos de fantasia/ficção científica do longa;
- Behind the Soundtrack (3 min.)- Este featurette curtinho traz o diretor Snyder e os compositores Tyler Bates e Marius De Vries falando sobre a trilha sonora do filme.
BD 2 (Versão Estendida)
- Maximum Movie Mode (128 min.) – Com esta função ativada, podemos assistir à versão estendida do filme com os dinâmicos vídeo-comentários do diretor Zack Snyder, onde num ambiente “multi-PIP” ele discute cada aspecto da produção – a abordagem fantástica, as cenas em câmera lenta, os efeitos CGI, elenco, edição, e muito mais. Sem dúvida o melhor extra deste combo, e como já está legendado em português, pode ser que chegue ao Brasil em uma edição em separado da versão estendida de SUCKER PUNCH.
Jorge Saldanha
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