Resenha de Blu-ray: BLADE RUNNER 2049 (3D+2D)


BLADE RUNNER 2049
Produção: 2017
Duração: 164 min.
Direção: Denis Villeneuve
Elenco: Ryan Gosling, Harrison Ford, Jared Leto, Ana de Armas, Sylvia Hoeks, Robin Wright, Dave Bautista, Mackenzie Davis, Carla Juri, Lennie James, Edward James Olmos
Vídeo 2D: 2.39:1 (1080p/AVC)
Vídeo 3D: 2.39:1 (1080p/MVC)
Áudio 2D: Inglês, Português, Italiano (DTS-HD Master Audio 5.1)
Áudio 3D: Inglês, Francês (Dolby Digital 5.1)
Legendas: Português, Inglês, etc.
Região: A, B, C
Distribuidora: Sony
Discos: 2 BD (50GB)
Lançamento:24/01/2018
Cotações: Som 2D: ****½ Som 3D: ***½ Imagem 2D: ****½ Imagem 3D: ***½ Filme: ****½ Embalagem & Extras: *** Geral: **** 

SINOPSE
Trinta anos após os acontecimentos do primeiro filme, a humanidade está novamente ameaçada pelos Replicantes, e dessa vez o perigo pode ser ainda maior. Isso porque o Blade Runner novato K (Ryan Gosling) desenterrou um terrível segredo, que tem o potencial de mergulhar a sociedade no completo caos. A descoberta acaba levando-o a uma busca frenética por Rick Deckard (Harrison Ford), desaparecido há 30 anos.

COMENTÁRIOS
Para ler nossa resenha do filme, clique AQUI.

SOBRE O BD
Lançado nos EUA em Blu-ray (1080p) e UHD-BD (2160p) pela Warner, BLADE RUNNER 2049 chega ao Brasil apenas em BD via Sony, que inclusive disponibilizou o filme em um estojo steelbook. A edição que analisamos é o combo 3D+2D, onde os dois discos estão acondicionados em um estojo plástico envolto por uma luva de cartolina simples, sem efeito lenticular. Tecnicamente, as principais diferenças entre nossas edições e as da Warner em Blu-ray são as de que a Sony, na versão 2D, eliminou a faixa original em inglês Dolby Atmos e fez um downgrade na faixa DTS-HD MA – lá 7.1, aqui 5.1. Em compensação, todas as dublagens disponíveis, inclusive português, ganharam mixagem lossless. Já a versão 3D só traz faixas Dolby Digital 5.1 em inglês e Francês. Os menus são básicos e estáticos, mas pelo menos foram traduzidos para o português. Quanto aos extras, também há diferenças entre nossas edições e as norte-americanas, que serão especificadas mais adiante.

Imagem

BLADE RUNNER 2049, que assisti no cinema em uma sala IMAX, foi rodado com câmeras digitais Arri Alexa e finalizado em duas proporções de tela diferentes – 2.39:1 para exibição em salas normais e 1.90:1 para IMAX. Em home video, infelizmente, tanto na versão standard como na 3D, o único aspect ratio empregado foi o 2.39:1, cujas tarjas maiores acima e abaixo da imagem retiram parte do impacto visual do longa, especialmente nas tomadas panorâmicas de exteriores e nas de amplos ambientes interiores. Comparando o estilo visual desta continuação com o do filme original de 1982, percebe-se que ele é bem mais sombrio, com uma paleta de cores discreta e, em vários ambientes, praticamente monocromática. As cores mais vibrantes e variadas são vistas em monitores de computador ou projeções e simulações holográficas que surgem em partes da cidade. Estas características inerentes à produção são fielmente reproduzidas pela transfer 1080p/AVC, que também se caracteriza por seus ótimos níveis de preto e de detalhes finos. Destaque-se que, mesmo dividindo espaço com os extras no disco 1, a versão 2D roda num bitrate alto e estável, o que atesta o bom trabalho feito no que se refere à compressão empregada na autoração. Já a transfer 1080p/MVC é mais escurecida e perde um pouco nos detalhes, o que não ajuda muito na criação de efeitos tridimensionais e de profundidade. Mas dito isso, há alguns momentos interessantes em 3D, como quando K voa entre os grandes edifícios de Los Angeles, ou quando ele interage com a personagem holográfica Joi (Ana de Armas). Em ambas as apresentações, não foram percebidos artefatos ou anomalias digitais.

Som

Como já mencionado, nossa versão 2D de BLADE RUNNER 2049 perdeu a faixa Dolby Atmos em inglês, e mesmo a mixagem DTS-HD MA 7.1 foi “rebaixada” para 5.1. Apesar da perda da maior imersão proporcionada pelos canais adicionais, o áudio lossless é de elevada qualidade, com efeitos surround notáveis e graves fortes. Os diálogos sempre são ouvidos de forma clara, e o score eletrônico de Hans Zimmer e Benjamin Wallfisch, que tenta seguir a linha da clássica trilha sonora de Vangelis, é reproduzido de forma cristalina. Digno de nota é o fato de que as demais dublagens – português e italiano – também estão em DTS-HD MA 5.1 de alta qualidade. Já as coisas mudam drasticamente na versão 3D do filme, que possui apenas faixas lossy Dolby Digital 5.1 em inglês e francês. Ou seja, se você optar por assistir ao longa em 3D, perderá a qualidade superior do áudio sem compressão, bem como a opção da dublagem em português. Procedimento lamentável típico da Sony por aqui. Ambas as versões possuem legendas em português e outros idiomas.

EXTRAS
Por ser a continuação de um filme tão cultuado, seria de esperar que BLADE RUNNER 2049 ganhasse uma edição em BD com um disco adicional repleto de extras, mas não foi o caso. Junto com o disco da versão standard há um pequeno making of, os prólogos e alguns curtos featurettes (basicamente material de divulgação). Alguns aspectos importantes, como o desenho de produção, efeitos visuais e trilha sonora, deveriam ter recebido segmentos específicos. Uma faixa de comentários com o diretor Denis Villeneuve também viria a calhar. Nossa edição é ainda mais anêmica, já que perdeu o featurette de 17 minutos Ser Humano, presente no Blu-ray norte-americano, dedicado ao casting do filme. Esperemos, no futuro, por edições mais recheadas em 8K, 16K holográfico ou em formatos que, a exemplo do UHD-BD, certamente nunca chegarão no Brasil, onde o Blu-ray agoniza e o DVD ainda é o preferido pelo consumidor. Todos os vídeos estão em 1080p e com áudio em inglês Dolby Digital 5.1, possuindo opções de legendas em português.

  • Projetando o Mundo de Blade Runner 2049 (21:55 min.) – Nesta seção temos depoimentos de atores, membros da equipe de produção e de criação, neste interessante – ainda que breve – making of da produção;
  • Prólogos (27:25 min.) – Com apresentação do diretor Denis Villeneuve, temos três curtas que se passam antes de 2049. O mais interessante – e mais longo (quase 16 minutos) é o anime do diretor Shinichiro Watanabe dedicado ao blecaute acontecido em 2022, um evento que influencia bastante a trama do filme. Os dois outros prelúdios foram dirigidos por Luke Scott (filho de Ridley Scott) e são dedicados aos personagens Niander Wallace (Jared Leto) e Sapper Morton (Dave Bautista). Os prólogos podem ser assistidos na sequência ou separadamente;
  • Blade Runner 101 (11:22 min.) – Por fim, chegamos a seis pequenos featurettes dedicados ao mundo do filme, aos novos Replicantes, veículos e aspectos visuais. Como os prólogos, podem ser assistidos individualmente, em qualquer ordem, ou em sequência.

Jorge Saldanha

6 comentários sobre “Resenha de Blu-ray: BLADE RUNNER 2049 (3D+2D)

  1. Em primeiro lugar, eu quero parabenizar o conteúdo do site, a continuidade em reviews de discos em blu-ray, o excelente acervo. Suspeito que no Brasil restaram apenas o scoretrack.net e o DVD Magazine com publicações recorrentes de reviews de blu-rays/DVDs, e um excelente acervo. Outro dia mesmo eu estava procurando o review dos DVDs de Babylon 5 região 1/4, recordo-me de vê-los também aqui, embora acho que originalmente tenham sido publicados como colaboração no DVD Magazine.

    A popularidade no consumo de mídia física tem caído bastante, foi-se a era de ouro de lançamentos recheados com interessantíssimos extras, como o fantástico lançamento na década passada de Blade Runner em blu-ray com o documentário Dangerous Days, trilhas de comentários, discos contendo cortes alternativos do filme e com comentários exclusivos, cenas excluídas. Talvez os últimos grandes lançamentos internacionais com tanto capricho nos extras tenham sido os blu-rays da série Star Trek – The Next Generation. Ainda temos algumas surpresas, felizmente, em “distribuidoras de nichos”, como o lançamento de Donnie Darko em blu-ray no final de 2017 pela Arrow UK, ou o recém-lançado Silence of the Lambs em nova transfer pela Criterion US.

    BR 2049 superou expectativa de muita gente, eu me incluo entre esses. Uma pena o fracasso financeiro, de público. Eu realmente temia que nesse cenário não teríamos o blu-ray em território nacional. Surpreendentemente houve até opção em steelbook com disco exclusivo de extras. E suspeito que houve uma boa vendagem em território nacional. A redação do scoretrack.net teria alguma informação a respeito?

    Não sabia das diferenças técnicas citadas dos discos autorados pela Sony para o Brasil. Muito bom o review, as informações. Novamente, sinto falta desse tipo de conteúdo aqui no Brasil, e, mesmo lá fora, vejo sites como o dvdverdict.com deixando de publicar regularmente tal tipo de conteúdo :-(

    Concordo com vocês que seria excelente uma trilha de comentários com o Dennis Villeneuve. Como seria interessante. Uma pena que na filmografia do diretor, até onde pesquisei, somente o Incendies teve lançamento em blu-ray com opção de comentários do diretor, e isso se restringiu ao lançamento nos EUA/Canadá. Essa lamentação é aguçada ao ver esse ótimo vídeo com um aperitivo de como seria tal extra: https://www.youtube.com/watch?v=S75OKnM_BKU .

    Uma sugestão à redação: texto com resenha sobre a trilha sonora :-) Fiquei ansioso imaginando que haveria tal publicação na época do lançamento do filme :-(

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    • Concordo plenamente contigo Rafael,quando diz que há poucas opções de resenhas de filmes e trilhas.Com certeza esse aqui é de extrema qualidade técnica.Sempre nos informando em detalhes que um leigo como eu passaria despercebido.Consulto também o “Dvd Magazine” que tem grandes informações,porém não tão técnicas e aprofundadas como este. Enfim,Gostei de sua sugestão e aproveito para pedir uma: Colocar resenhas de filmes lançados no exterior com áudio e legendas em português.(importo alguns regularmente e seria de grande ajuda uma resenha sobre o conteúdo).Grande abraço.

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  2. Rafael e Luiz, obrigado pelos elogios e o prestígio constante ao nosso site. De novembro para cá tivemos uma redução do quadro de colaboradores, que já era pequeno, de forma que está sendo muito difícil manter as resenhas com regularidade. Há muita coisa que gostaríamos de analisar – trilhas, filmes, Blu-rays, DVD – mas simplesmente, na atual situação, é quase impossível de fazê-lo. Some-se a isso a progressiva diminuição de lançamentos no Brasil de mídias físicas, em especial Blu-ray. E o UHD-BD, como fazemos questão de salientar em nossas resenhas de BD, dificilmente será lançado algum dia por aqui. Rafael, quanto ao review dos DVDs de Babylon 5, realmente esteve no site, porém foi descontinuado juntamente com o antigo conteúdo em html. Estamos pensando em republicá-lo como “Resenha de Arquivo”. Aliás, é lamentável que Babylon 5 não tenha tido o mesmo tratamento de remasterização dado à Nova Geração em Blu-ray, pelo jeito a Warner não está disposta a investir neste processo. Abraços!

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  3. São dignos de nota e aplausos os esforços do scoretrack.net e do DVD Magazine. Digo isso com toda sinceridade, não me recordo de presença maciça de links patrocinados (do tipo para compras na Amazon), e imagino todo custo demandado para produção de conteúdo, manutenção do site.

    Há outros quatro sites que acompanho regularmente para tal conteúdo: blu-ray.com, dvdtalk, dvdverdict e dvdbeaver. O DVD Verdict deu uma pausa anunciada a publicação de novo conteúdo, uma pena, grande acervo, ótimos textos, muita variedade de títulos analisados. Blu-ray.com e DVD Talk surpreendem-me pela abundância de conteúdo e ótima interface gráfica para navegação. O DVD Beaver tem ótimo e extenso conteúdo, mas aparenta ser resultado de uma equipe muito reduzida e sem grandes patrocínios.

    A questão da TNG em blu-ray é algo fascinante. Um trabalho que nasceu com qualidade elevada, e que se preocuparam ainda mais em elevá-la (reparem nas adições de extras diferentes, mais ricos, sendo introduzidos a cada temporada lançada). Porém foi lançada com preço muito alto, e que julgo justificado. Consegui adquirir todas temporadas, quase todos lançamentos standalone de episódios duplos, mas levei um certo tempo e uma paciência com espera por promoções. Há relatos de que as vendas não corresponderam às expectativas, tudo nos leva a crer que algo assim não acontecerá novamente :-( Esses relatos parecem proceder ainda mais dado a queda abrupta de preço desses boxes.

    Seria muito legal se um trabalho como o da TNG em blu-ray fosse estendido a Babylon 5, ou Deep Space Nine, porém não deverá acontecer dado o custo envolvido e o público reduzido dessas séries (e ainda mais reduzido se contarmos os que ainda consomem mídia física).

    Eu não acredito no UHD-BD sendo lançado aqui no Brasil. Mesmo fora do país a mídia física não desfruta de grande popularidade. Anos atrás trabalhei por semanas seguidas na Suécia, conheci apenas um camarada que era consumidor de mídia física, e pude comprovar acentuada queda no interesse na mídia física frequentando raras lojas físicas que ainda as ofertavam.

    Eu apóio a idéia de uma seção “Resenha de Arquivo”, seria muito bacana mesmo.

    Voltando ao Blade Runner 2049. Parece destinado a receber, no futuro, um baita tratamento de colecionador em termos de conteúdo. De certo modo parece mais justo, dada essa janela poderemos ter depoimentos “mais sinceros” dos envolvidos. Um aspecto positivo do Dangerous Days, sobre o filme de 1982, é o grau de sinceridade dos entrevistados. Em termos de apresentação, colecionadores foram muito bem ofertados em todo o mundo, digno de nota. Opções em steelbook, com luvas, com garrafas personalizadas de whisky, com réplica da arma usada pelo Deckard, steelbook com arte alternativa da Mondo. Poxa, não me recordo de um filme tão problemático em bilheteria com tamanho tratamento em home video aqui no Brasil, ainda mais nesse sombrio cenário nacional para o blu-ray.

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  4. Eu quero ver todos os extras para ver se eles desmoronam melhor a história. Ryan Gosling esta impecável. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Na minha opinião, Blade Runner 2049 foi um dos mehores filmes de drama que foi lançado. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio. Além, acho que a sua participação neste filme drama realmente ajudou ao desenvolvimento da história.

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