Resenha: PRINCE OF PERSIA: THE SANDS OF TIME – Harry Gregson-Williams (Trilha Sonora)


Música composta por Harry Gregson-Williams
Selo: Walt Disney Records
Catálogo: D000469902
Lançamento: 25/05/2010
Cotação***½

É engraçado como algumas trilhas sonoras precisam ser ouvidas algumas vezes para me agradar. Este é o caso de Prince of Persia: The Sands of Time, de Harry Gregson-Williams. Inicialmente ela soa como uma partitura tradicional para um blockbuster de Hollywood, com influências tradicionais do Oriente Médio a ela associadas. Depois de tê-la ouvido mais algumas vezes (e de ver o filme), agora tenho um apreço maior pela música. Este é certamente um score acima da média. 

A trilha sonora começa com alta energia. Pode-se argumentar que as duas primeiras faixas são as melhores do disco. Há mais do que isso em Sands of Time, no entanto. Nas minhas audições posteriores, gostei do tema principal que Gregson-Williams compôs para o Príncipe da Pérsia. É um tema que realmente não impressiona até que você o escute algumas vezes e o assimile melhor, sobretudo dentro do contexto do filme. Blockbuster de verão ou não, música inteligente como esta, por vezes, necessita da compreensão do contexto para o qual foi construída para ser realmente apreciada, e ver o filme me ajudou a fazer essa associação. Por sua vez, também me permitiu desfrutar a partitura ainda mais. Talvez como deveria ser.

O toque de Oriente Médio, embora não totalmente exótico, é uma presença respeitável o suficiente para dar ao score alguma autenticidade. Quando este toque cultural é executado com senso de humor (“Ostrich Race”), é mais impressionante. Com Cruzada, e agora Príncipe da Pérsia, Harry tem se destacado como um compositor que é familiarizado com as sonoriddades do Oriente Médio cinemático e faz isso de modo seguro. Certamente, este é o tipo de trabalho do compositor que é muito mais enriquecedor do que uma trilha sonora feita em piloto automático, como O Sequestro do Metrô

Finalmente, eu não espero que cada um de vocês ouça este score inúmeras vezes, para apreciá-lo como eu. O tempo é precioso e, neste mundo acelerado, é difícil dedicar muito tempo para apenas um produto. Eu, entretanto, os encorajo a retornar a ele de vez em quando para ver se passam a apreciá-lo mais do que quando tiveram seu primeiro encontro com o material. Eu acho que vocês descobrirão que ele vai metodicamente subir em seu conceito.

Prince of Persia é uma experiência auditiva que requer um pouco de fôlego para que seu pleno potencial seja desfrutado, mas no final ela consegue propiciar uma viagem inteligente e movimentada através das Areias do Tempo.

Harry-Gregson Williams

Faixas

1. The Prince Of Persia
2. Raid on Alamut*
3. Tamina Unveiled
4. The King And His Sons
5. Dastan And Tamina Escape
6. Journey Through The Desert
7. Ostrich Race*
8. Running From Sheikh Amar
9. Trusting Nizam
10. Visions Of Death
11. “So, You’re Going To Help Me?”
12. The Oasis Ambush
13. Hassansin Attack
14. Return To Alamut
15. No Ordinary Dagger
16. The Passages
17. The Sands Of Time
18. Destiny
19. I Remain (Alanis Morissette)

* Clipes de Som

Tom Hoover

6 comentários sobre “Resenha: PRINCE OF PERSIA: THE SANDS OF TIME – Harry Gregson-Williams (Trilha Sonora)

  1. Sou leigo em música não tenho nenhuma formação musical, mas sou apaixonado por trilhas sonoras. Desde que descobri a música do cinema, fico vidrado nessas músicas. Ouço um monte delas todas numa playlist, e PRINCE OF PERSIA: THE SANDS OF TIME está hoje no topo dela. O cara é muito bom desde as Crônicas de Narnia.

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    • Olá a todos. Assim como o Pedro, também sou apaixonado por trihas de cinema (desde os meus 15 anos) e fico frustrado com a direção com que o segmento musical tomou. Infelizmente o grande culpado foi o surgimento do MP3, quando tinhamos um futuro brilhante para a música com o DVD áudio. Mas agora com o Blu-ray chegando a 128 GB, pen drives de 32 GB, memórias sólidas de 64GB, e futuras mídias de 1, 2, 5 TERABYTES, já está na hora da indústria se mexer e nos oferecer trilhas sonoras com desempenho sonora superior ao obsoleto CD e ao próprio saudoso vinil.

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      • Juliano infelizmente o que estamos vendo acontecer agora é exatamente o contrário – um retrocesso da qualidade sonora em relação ao CD. O predomínio dos downloads em relação às mídias físicas está levando à massificação do formato MP3, que sabidamente tem qualidade sonora inferior ao CD áudio mas possui tamanho menor, o que facilita o download.

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