Resenha de Filme: MOGLI – O MENINO LOBO


mogli_posterThe Jungle Book, EUA, 2016
Gênero: Fantasia, Aventura
Duração: 105 min.
Elenco: Bill Murray, Ben KingsleyIdris Elba, Neel Seth, Lupita Nyong’o, Scarlett Johansson, Christopher Walken, Giancarlo Esposito
Trilha Sonora: John Debney
Roteiro: Justin Marks
DireçãoJon Favreau
Cotação: star_4_5

Há quem vá achar que isso pode significar um retrocesso, mas o fato é que o jeito antigo de se contar histórias continua funcionando muito bem, especialmente se o narrador está mirando um público mais jovem. MOGLI – O MENINO LOBO (2016) é um triunfo desse cinema à moda antiga da velha Hollywood e do modelo clássico-narrativo, agora com os novos recursos tecnológicos à disposição, fazendo da produção uma obra de cair o queixo em sua mistura perfeita de live action (o menino Mogli, basicamente) com animação em CGI (todos os animais).

O diretor e produtor Jon Favreau já havia feito um filme delicioso há pouco tempo, mas muito mais modesto comercialmente, a comédia dramática sobre culinária CHEF (2014), antes de se aventurar em mais uma superprodução. Aqui ele proporciona novamente prazer neste projeto ambicioso que é fazer uma nova adaptação, utilizando tecnologia de ponta, da obra de Rudyark Kipling que recebera, até então, uma versão considerada definitiva também assinada pelos estúdios Disney: a animação homônima de 1967.

Logo no início, somos apresentados a um garotinho que convive harmoniosamente com vários animais em uma floresta. Existe a lei da selva, em que animais predadores matam para se alimentar de outros animais. Embora isso não seja mencionado explicitamente, fica bastante claro quando vemos o momento sagrado de união de todos os bichos, quando eles param tudo para beber água em um rio perto da chamada Pedra da Paz.

O clima fica tenso com a chegada do tigre-de-bengala Shere Kan (dublado por Idris Elba), um animal terrível que guarda uma cicatriz no rosto deixada por um humano. Ele tem um especial interesse em matar o pequeno Mogli (Neel Seth), que vê como uma ameaça à selva – os humanos são vistos como responsáveis diretos pela destruição da natureza, com certa razão. O garoto, ainda bebê, fora resgatado pela pantera Baguera (dublado por Ben Kingsley) e foi adotado com carinho em uma alcateia de lobos. Raksha (dublada por Lupita Nyong’o), a mãe-lobo, é mostrada como extremamente carinhosa e preocupada com o filho adotivo.

Por ser um filhote humano, Mogli consegue sobreviver e vencer corridas ou chegar a atalhos através de truques produzidos por sua inteligência e não imitando os lobos. Aliás, esse aspecto é a introdução do personagem na narrativa. Depois é que vamos sabendo mais detalhes sobre suas origens naquele lugar reservado aos animais. Nas leis da selva, também vamos sabendo mais detalhes sobre como são vistos os elefantes, e somos também apresentados à fascinante e assustadora jiboia Kaa (dublada desta vez por uma mulher, Scarlett Johansson).

A nova versão da história não se distancia tanto do clássico de 1967, já que mantém algumas canções, ainda que poucas. E uma ou duas parecem um pouco deslocadas dentro da busca de um maior realismo nesta nova versão, como na cena em que o orangotango gigante Rei Louie (dublado por Christopher Walken) canta “I Wanna be Like You”. A cena da canção acaba dando um ar um tanto grotesco e diminui a força do medo que o imenso personagem é capaz de trazer.

Falando em intérpretes e canções, como não admirar o trabalho de Bill Murray como o urso Balu? Inclusive, ao ver o filme em sua versão original legendada, é de se lamentar que alguém o veja dublado, sendo privado de perceber a perfeita conexão entre Murray e Balu, como se o personagem fosse criado especialmente para ser interpretado por ele, em seu misto de preguiça e esperteza.

O filme, aliás, talvez não seja muito apropriado a crianças muito pequenas, pois pode assustá-las. Especialmente por causa da violência de Shere Kan e das cenas de luta física entre os animais. E mais: se um dia você sonhou em ver RIO VERMELHO, de Howard Hawks, no cinema, por causa da cena da manada de bois, não deixe de ver MOGLI: O MENINO LOBO no cinema, especialmente em IMAX 3D: há uma cena de manada de búfalos que é impressionantemente linda. Poucos filmes no cinema contemporâneo feitos em Hollywood podem fornecer tal grau de força e maravilhamento, e com um uso de 3D que faz a diferença. Porém, como há muitas cenas escuras, o ideal é procurar ver na melhor sala 3D disponível em sua cidade, caso não seja possível ver em IMAX.

No mais, não deixe de ficar para os créditos, para saborear a versão de “Trust in Me”, cantada por Scarlett Johansson. Já se conhece o talento da atriz também como cantora, e seu timbre de voz, aliado aos novos arranjos, ficaram perfeitos juntos.

Ailton Monteiro

7 comentários sobre “Resenha de Filme: MOGLI – O MENINO LOBO

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  3. Eu amei esse filme!Porque como sou escoteira eu aprendo sobre o Mogli.Eu recomendo esse filme pra quem gota de ação!!!!!!!!!!!
    Amei o filme❤️
    Se eu pode se dama nota de 1a 100 ia ser 1000000000000000000000

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  5. Eu gostei do filme do Mogli pelo grande elenco que teve. Um dos meus favoritos foi Benedict Cumberbatch com sua voz no seu personagem. Este ator nos deixa outro projeto de qualidade, de todas as suas filmografias Brexit 2018 é a que eu mais vou gostar neste ano também, acho que deve ser a grande variedade de talentos. Li a sinopse e acho que que a chave do sucesso será o bem que esta contada a historia e o elenco, enfim, acho que será um dos meus preferidos. Para uma tarde de lazer é uma boa opção.

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