Resenha: A ORIGEM (Blu-ray)


Produção: 2010
Duração: 148 min.
Direção: Christopher Nolan
Elenco: Leonardo DiCaprio, Ken Watanabe, Joseph Gordon-Levitt, Marion Cotillard, Ellen Page, Tom Hardy, Cillian Murphy
Vídeo: Widescreen Anamórfico 2.40:1 (1080p/VC-1)
Áudio: Inglês (DTS-HD Master Audio 5.1), Português, Francês, Espanhol (Dolby Digital 5.1)
Legendas: Português, Inglês, Espanhol, Francês
Região: A, B, C
Distribuidora: Warner
Discos: 2
Lançamento: 09/12/2010
Cotações: Som: ****½ Imagem: ****½ Filme: ***** Extras & Menus: **** Geral: ****½

SINOPSE
Cobb (Leonado DiCaprio) é um “extrator”, pessoa que utiliza ilegalmente uma tecnologia que permite a ele e sua equipe entrarem nos sonhos das pessoas, a fim de manipulá-los e extraírem informações confidenciais que serão vendidas a peso de ouro. Injustamente acusado nos EUA pela morte da esposa (Marion Cotillard) e desesperado para rever seus filhos, Cobb recebe a proposta de um último golpe, cuja recompensa será a retirada das acusações que pesam sobre ele: mas ao invés de extrair algo da mente de alguém, ele terá de fazer a inserção de uma ideia. Algo considerado impossível, exceto por Cobb – que sabe qual foi a verdadeira causa do suicídio de sua esposa, cuja presença é uma ameaça constante em seus sonhos e poderá inviabilizar a missão.

COMENTÁRIOS
Um sonho, dentro de um sonho que está dentro de um sonho… ou uma laranja com várias cascas. Creio que assim pode ser definido A ORIGEM (INCEPTION, 2010), o mais recente exemplar da consistente filmografia do diretor britânico Christopher Nolan, que vem conseguindo aliar o entretenimento à melhor arte cinematográfica – algo raro hoje em dia. 

Nolan, tanto nos filmes da franquia BATMAN como no admirável O GRANDE TRUQUE (THE PRESTIGE), já demonstrara seu apego à temática da ilusão, da teatralidade, e aqui ele retoma o assunto – mas, no lugar das artes ninjas do Homem-Morcego ou do ilusionismo dos mágicos, temos o sonho como forma não apenas de manipulação, mas como o próprio palco da ação em uma trama que por vezes lembra MATRIX, por outras ONZE HOMENS E UM SEGREDO. Mas isto é apenas uma das cascas, ou camadas, do filme, e A ORIGEM é mais do que isso.

Escrito e dirigido por Nolan, A ORIGEM é sua obra mais pessoal até o momento, e talvez mesmo seu melhor filme, que expande as fronteiras de sua cumplicidade com a plateia. O diretor, como bom ilusionista que é, conta com essa cumplicidade, necessária para que o roteiro funcione. Selado o pacto, o espectador verá em A ORIGEM uma sólida ficção científica que troca as profundezas do espaço exterior pelas entranhas da mente humana, e que – coisa rara em um blockbuster – abre-se para várias interpretações e deixa, na saída do cinema, uma série de questões: afinal, o que era sonho e o que era realidade? Personagens “inocentes”, como o de Michael Caine, são o que realmente aparentam? É mera coincidência que Mal seja interpretada pela atriz Marion Cotillard, que já foi Edith Piaf no cinema – sendo que a canção de Piaf “Non, Je Ne Regrette Rien” exerce função importante no filme? E etc., etc., etc…

As grandes bilheterias comprovaram que o público aceitou a fascinante proposta do diretor, levada por um elenco que inclui atores já habituais nos filmes de Nolan (Michael Caine, Ken Watanabe, Cillian Murphy), e “novidades” bem-vindas como Leonardo DiCaprio, Marion Cotillard, Joseph Gordon-Levitt e Ellen Page. Com sua trama instigante, imagens geniais, cenas de ação criativas e a melhor trilha sonora de Hans Zimmer para um de seus filmes, Nolan provou mais uma vez ser um cineasta de ideias que, como bem mostrado em A ORIGEM, definem uma pessoa. E ao final o diretor recompensa seu público – seus “cúmplices” – com a possibilidade de, questionamentos à parte, escolher o que lhe agradar mais: a realidade ou a ilusão. Melhor que isso, só em sonhos.

Jorge Saldanha

SOBRE O BD
Um dos mais interessantes filmes lançados neste ano, tem por aqui uma edição bem razoável em Blu-ray. Há alguns “senões”, mas no geral, tem seu interesse para locação e até compra, para quem quer possuir um dos melhores filmes do gênero. Detalhes a seguir.

Tecnicamente a nossa edição é ótima, com imagem praticamente perfeita na utilização do codec VC-1 2.40:1 1080p, padrão da Warner, mas que tem coloração praticamente perfeita, níveis de detalhes e de cor preta excelentes, explorando os detalhes do filme exibido nos cinemas com uma quase exatidão. Os dados mais técnicos indicam que a taxa média de transmissão, o bitrate, é eficiente, com 20536 kbps. Mas o gráfico mostra que houve um cuidado com a eficiência, onde as cenas tem picos de 40000 kbps quando necessário, correspondendo com a edição, por exemplo, americana. Foi utilizado um BD de dupla camada (BD50), com conteúdo ocupando quase todo o espaço em disco, um bom indicativo de eficiência (a imagem do filme está dividida em pequenos arquivos para que a inclusão do material extra não comprometa a qualidade final, o chamado seamless branching).

A qualidade do áudio impressiona no idioma original, com a faixa lossless DTS-HD Master Audio 5.1 apresentando uma fidelidade na reprodução dos diálogos e da trilha sonora e uma ambientação que nos coloca “dentro do filme”, fidelizando o sound design, excelente. A dublagem está quase que excelente, mas apenas em DD 5.1, o que limita a mixagem de alguns sons e seus volumes na distribuição. O menu está em inglês, embora seja interessante. Mas para os mais entusiasmados, fica aqui uma ressalva: a edição nacional tem uma embalagem simples, sem os requintes que os mais exigentes colecionadores gostariam de ter, como uma “luva” ou rótulos (aqui apenas monocromáticos) e capa com um design mais interessante ou outras opções, não disponíveis até o presente, como os chamadas gift sets (sem trocadilhos), com maletas e outros brindes. Para o público em geral, o produto é bastante eficiente, até para a compra. Ou até para locação, para quem quer apreciar apenas a um bom filme do gênero.

EXTRAS
Os extras do filme em BD são os mesmos disponibilizados no mercado internacional, com dois discos. O material é apenas bom, em alta definição de imagem, mas faltando a legenda em parte dele:

Disco 1

  • Extraction Mode – São depoimentos e pequenos featurettes, 14 no total, que acrescentam mais de 44 minutos ao filme se exibido neste modo, com suavidade na transição do filme com cada intervenção – até parece que este material está “integrado e pertence” ao filme. Há outra opção de assistir a cada um de forma individual (Opção “Jump Right To The Action”). Há boas curiosidades sobre cada um dos aspectos técnicos do filme, assim como de bastidores. É bem informativo e interessante. E o mais importante: está legendado.

Disco 2

  • Behind the Story – Dividido em duas opções, tem um documentário intitulado “Dreams: Cinema of the Subconscious” (44:29 min.) com informações interessantes sobre os sonhos, com depoimentos de estudiosos e cientistas sobre o tema, entremeados com depoimentos mais promocionais da equipe técnica e elenco. A outra opção é chamada de “The Cobol Job”, praticamente um curta-metragem com desenhos em quadrinho animados sobre os projetos de engenharia e arquitetura dos cenários presentes no filme, com pouco mais de 14 minutos;
  • Project Somnacin: Confidential Files – Dados acessados apenas para quem tem no seu player a opção de acesso pela internet (sem legendas);
  • Entirety of Inception´s Soundtrack in 5.1 DTS HD – É a ótima trilha sonora de Hans Zimmer, com áudio lossless;
  • Conceptual Art Gallery and a Promotional Art Archive – Galerias com imagens dos storyboards e de arquivo, interessantes;
  • Trailers e Spots – Sem legendas, com material promocional.

Edinho Pasquale
[via DVD Magazine]

4 comentários sobre “Resenha: A ORIGEM (Blu-ray)

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