Música composta por Daft Punk
Selo: Walt Disney Records
Catálogo: D000567202
Lançamento: 07/12/2010
Cotação: ****
Tron: O Legado tem pipocado nas bases de dados da cultura pop, sem um pingo de sutileza, por todo o ano de 2010. Por trás dessa estratégia, a máquina de marketing da Disney garantiu uma enorme divulgação da refulgente continuação, e por tabela também de sua trilha sonora original, composta pelo duo eletrônico Daft Punk – uma contratação muito badalada que vem impactando o mundo da música de cinema desde a sua divulgação inicial. De modo geral, os fãs das trilhas sonoras adotaram uma atitude “esperar para ver” em relação ao que o Daft iria criar, afinal Tron não é o tipo de filme que gera uma expectativa musical tão grande a ponto de agitar os fãs de scores mais puristas. Assim, de mente aberta e com as facilidades do acesso digital, a exploração agora pode começar.
Primeiro, deve ser referido que há lançamentos diferenciados da trilha sonora de Legacy, e tenho certeza de que vocês já estão sabendo disso. Não é das estratégias mais astutas para comercializar uma trilha tão aguardada como esta, mas o fato é que a Disney com ela pretende maximizar suas vendas (o que provavelmente terá efeito inverso). Vou comentar apenas a edição comum, sem referir as faixas bônus encontradas em outras fontes (iTunes, Amazon, etc.). Segundo, a música em si é o que necessita um filme de Tron, especialmente levando em conta todo o aparato tecnológico oferecido por essa nova produção. A tecnologia incorporada à música é de ponta, e em nenhum momento você achará que um sampler barato ou efeito inadequado foi empregado.
E terceiro – esta trilha sonora pode ser o caminho para que muitos leigos adentrem no mundo da música cinematográfica. Ao contrário de scores como Sangue Negro e A Rede Social, a facilidade de acesso à música de Tron é como comparar a internet de acesso discado à banda larga. Este score fluído e estiloso poderá fazer engrossar as fileiras de ouvintes de trilhas sonoras, porém mesmo que isso não ocorra de forma significativa, a inclusão do Daft Punk no ramo só pode ser positiva. E sem ser excluídos, os fãs veteranos de trilhas sonoras também poderão apreciar Legacy. A combinação de ferramentas eletrônicas e plena orquestra produz um resultado muito polido, competente, capturando tanto o espírito do filme como a necessidade de trazer um tema reconhecível em seu bojo.
Em suma, temos aqui a essência do som de Hans Zimmer levado a um nível totalmente novo. Considere-o, se quiser, como Hans 2.0. Enquanto muitos pupilos de Zimmer falham em igualar o emprego das técnicas que o compositor dominou na primeira fase de sua carreira, o Daft Punk pega a tocha e a leva adiante. Dito isso, o score da dupla necessitava de um meio adequado para ser bem sucedido, e Tron: Legacy foi o catalizador. Se o duo irá adotar seu estilo em um filme de outro gênero com sucesso, é uma questão que só poderá ser respondida no futuro.
Mas agora podemos nos dar por satisfeitos, já que a música de Tron: O Legado está aqui para ser apreciada. Ela tem uma atraente camada de sons artificiais que emulam a vida dentro do mundo artificial, mas também tem escopo orquestral suficiente para beneficiar os personagens que o habitam. Mesmo que não vá tirar seu fôlego, ela invoca uma sedutora aventura digital da qual você irá querer participar. Dou a ela um B+ por enquanto, e vamos ver onde estaremos quando uma edição mais definitiva da trilha sonora de Tron: Legacy for lançada.
Faixas:
1. Overture*
2. The Grid
3. The Son Of Flynn
4. Recognizer
5. Armory
6. Arena
7. Rinzler
8. The Game Has Changed*
9. Outlands
10. Adagio For Tron
11. Nocturne
12. End Of Line
13. Derezzed
14. Fall
15. Solar Sailer
16. Rectifier
17. Disc Wars
18. C.L.U.
19. Arrival
20. Flynn Lives
21. Tron Legacy (End Titles)
22. Finale
*Clipes de Som
Duração: 58:38
Vi o filme, mas achei um pouco exagerado isso de “hans 2.0”, trilha inovadora, etc…
Tron possui um score “tradicional”, que tenta cumprir a sua função dentro do filme trazendo um pouco da magia eletrônica do imaginário da geração anos 80/90. Uma estética que provavelmente também seria empregada por outro compositor responsavel por tal tarefa hoje, mas que dificilmente ocorreria no primeiro Tron por falta de referências de alusão ao conceito de games e de um universo digital.
Vendo por outro lado, acho que a trilha teve poucas oportunidades de brilhar. É um material que funciona muito bem com o conceito visual do filme, mas que é inadequado aos diálogos emotivos que conduzem boa parte da história. E em alguns momentos a música tenta se sobressair, quase que por uma obrigação, tornando-se excessiva à cena (por exemplo, quando Sam Flynn passeia de moto pela cidade real, antecipando toda uma atmosfera que pertenceria ao mundo digital), enquanto que é sub-utilizada nas poucas cenas de ação dentro do fliperama.
Na verdade, a contratação do Daft Punk se dá mais por outros motivos, que não da sua identidade musical. Basta sacar como a trilha remete muito pouco à sonoridade da dupla. ( diferente, por exemplo, do score de Adrenalina 2, onde Mike Patton traz para o filme toda a sua identidade musical, e funciona de forma surpreendente)
Por fim, acho que o roteiro foi quem mais falhou. A trilha e o visual do filme são inseparaveis. A história é que é o elemento destoante.
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pow cara esas musicas são muinto shou vcx presisam ouvir elas sao de mais ?
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