Produção: 2009
Duração: 507 min.
Direção: James Cameron
Elenco: Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Stephen Lang, Joel David Moore, Giovanni Ribisi, Michelle Rodriguez, Laz Alonso, Wes Studi
Vídeo: Widescreen Anamórfico 1.78:1 (1080p/AVC MPEG-4)
Áudio: Inglês (DTS-HD Master Audio 5.1), Português, Espanhol (Dolby Digital 5.1)
Legendas: Português, Inglês, Espanhol
Região: A, B, C
Distribuidora: Fox
Discos: 3
Lançamento: 16/11/2010
Cotações: Som: ***** Imagem: ***** Filme: **** Extras & Menus: ****½ Geral: ****½
SINOPSE
No ano de 2154 o ex-fuzileiro paraplégico Jake Sully (Sam Worthington) viaja para a selvagem lua de Pandora, onde uma equipe terrestre estuda o ecossistema local e, principalmente, busca por um valiosíssimo minério que só existe por lá. Usando um Avatar – o corpo geneticamente criado de um nativo Na’vi para o qual sua mente é transferida – Jake integra-se a uma aldeia daquele povo de gigantes azuis para aprender seus costumes e, mais do que isso: fornecer as informações que a equipe precisa para, com apoio militar, retirar os Na’vis do local, que abriga uma rica jazida mineral. Mas Jake apaixona-se pela guerreira Neytiri (Zoe Saldana), aprende a admirar o modo de vida totalmente integrado à natureza do seu povo e acaba liderando a resistência aos terrestres exploradores.
COMENTÁRIOS
Eis que finalmente chegou a anunciada “Edição Estendida de Colecionador” de AVATAR, que sucedendo ao DVD / Blu-ray lançado em abril, trazendo apenas a versão do filme exibida nos cinemas, com 161 minutos e sem nenhum material bônus, certamente satisfará aos milhões de fãs da produção de James Cameron, que fizeram dela a mais rentável da história do cinema. Quanto ao filme em si, nada tenho a acrescentar ao que já escrevi na resenha do BD original. Contudo, torna-se obrigatório fazer menção às duas versões adicionais deste novo lançamento, que podem ser acessadas no disco 1 juntamente com a original. A “Edição Especial” é a mesma que foi exibida recentemente nos cinemas, que agrega à versão original oito minutos de cenas; e a “Edição Estendida”, que a eles soma outros oito, totalizando 177 minutos.
Assim, o que resta comentar é se as tomadas adicionais conseguem modificar o filme, seja para melhor ou para pior. Parte desse material, por mais detalhes que possa agregar à produção, poderia ter ficado de fora, para não aumentar demasiadamente a duração da versão original, que já era considerável. No entanto há algumas inclusões válidas e que até poderiam ter constado na versão de cinema, mas que não entraram talvez por falta de tempo para a sua finalização. A sequência mais longa (e a meu ver importante) chega já no início, em um prólogo que mostra a vida sem perspectivas que Jake Sully (Sam Worthington) levava na Terra. A rápida visão de James Cameron da Terra do futuro é curiosa, e de certa forma tem paralelos com a que Ridley Scott nos mostrou em seu clássico BLADE RUNNER. Em meio à degradação de nosso planeta, constatamos que Jake não possui mais nada a perder, e só lhe resta assumir o lugar de seu irmão. Ou seja, toda essa sequência ajuda a fortalecer as motivações que levaram o personagem a aceitar a
missão em Pandora.
No restante das inclusões destaca-se o aprofundamento da subtrama de Grace (Sigourney Weaver), que envolve um incidente com a irmã de Neytiri (Zoe Saldana) e o consequente fechamento de sua escola. Temos uma breve explicação sobre o que sustenta as montanhas voadoras, e vemos um ataque dos Na’vis às escavadeiras que destruíram uma de suas Árvores Sagradas. Na sequência, ficamos sabendo que no ataque os gigantes azuis mataram alguns soldados e trabalhadores, o que dá aos humanos a desculpa que necessitavam para o confronto armado. Há também a tão alardeada versão alongada da cena de amor entre Jake e Neytiri – que nem é não longa assim, e não espere ver nada mais ousado nela –, a caçada dos Na’vis a uma manada de “Sturmbeests”, que realça a similaridade de AVATAR com DANÇA COM LOBOS (com índios, cavalos e bisões sendo substituídos por seus equivalentes de Pandora), e uma nova versão da morte do guerreiro Tsu’tey (Laz Alonso). Esta última gera um problema de continuidade, já que se passa imediatamente após o equipamento que permitia a Jake assumir seu avatar Na’vi ter sido danificado durante o combate com Quaritch (Stephen Lang). Ou seja, não havia como consertar o equipamento a tempo de o avatar de Jake encontrar o moribundo Tsu’tey.
No geral essas cenas definem melhor alguns pontos da trama sem deixar o filme maçante, o que certamente agradará aos fãs. Mas não há nada que altere significativamente a essência da narrativa, e neste sentido a versão de cinema pode ser considerada mais sólida e ajustada. De qualquer maneira Cameron oferece ao espectador três opções, para que ele opte pela que mais lhe agradar – um luxo do qual poucos cineastas hoje podem desfrutar.
SOBRE O BD
AVATAR – EDIÇÃO ESTENDIDA DE COLECIONADOR chega ao Brasil em três Blu-rays de dupla camada (BD50), acondicionados em um HD Case com suporte para dois discos adicionais, envolvido por uma luva de cartolina plastificada e metalizada. O primeiro disco traz as três versões do filme, e os demais o farto material suplementar. Tecnicamente, este lançamento preserva a excelência que tornou o BD original uma referência para o formato, e como aquele também possui certificação THX. A inclusão de 16 minutos de cenas adicionais, via seamless branching, diminuiu um pouco o bitrate médio, mas não o suficiente para ocasionar alguma redução de qualidade – duvido que, reproduzindo lado a lado as duas edições em Blu-ray, alguém consiga distinguir a mínima diferença que seja entre ambas. A imagem da transferência anamórfica 1080p/AVC MPEG-4, no aspect ratio 1.78:1 (formato de tela original para as exibições do filme em 3D) continua a espantar por sua claridade, excelente contraste, elevadíssimo nível de detalhes, perfeita saturação das cores sempre deslumbrantes e total ausência de artefatos, ruídos e filtros. Apesar de esta ser a versão 2D do filme (a 3D será uma exclusividade para quem adquirir combos 3D da Panasonic), o vídeo passa ao espectador uma forte sensação de tridimensionalidade.
O som permanece excelente, com a faixa original lossless DTS-HD Master Audio 5.1 apresentando cristalina fidelidade na reprodução dos diálogos e da trilha sonora e uma ambientação imersiva nas sequências calmas. Nos momentos de ação os efeitos surround tornam-se mais dinâmicos, e recebem o reforço de graves sólidos e consistentes. Não diria que a mixagem em alta definição de AVATAR seja a melhor atualmente disponível, mas não há porque deixar de considerá-la como de referência no formato, assim como o vídeo. Complementam as opções de áudio dublagens Dolby Digital 5.1 em português e espanhol. As legendas HD permanecem amarelas, mantendo na tradução das falas Na’vi um padrão de fonte diferenciado. Os menus animados (em português) são semelhantes aos do BD anterior, ilustrados com imagens de Pandora e disponibilizando opções funcionais de navegação. Quando você dá uma pausa no filme, o menu pop-up mostra uma imagem que ilustra o capítulo correspondente.
EXTRAS
Finalmente os fãs de AVATAR recebem uma edição com todo o material bônus que poderiam desejar. Os extras são apresentados de uma forma, diria, conservadora, que não explora todo o potencial de interatividade que o formato possui. Mesmo assim, em termos de conteúdo, ele é exaustivo e abrange todos os aspectos da produção que Cameron gestou por muitos anos. Todos os vídeos estão em HD (1080i ou 1080p), com áudio em inglês Dolby Digital 2.0 ou 5.1 e com legendas disponíveis em português, exceto trailers. Além disso o conteúdo em texto, como o roteiro original e a “Pandorapédia”, não foi traduzido. Aqui, um alerta para quem pretende importar dos EUA esta edição por causa da embalagem mais requintada lá disponível: apesar das três versões do filme terem comprovadamente legendas e dublagem em português, segundo vários sites os discos de extras não possuem legendas em nenhum idioma (até o momento em que escrevi esta resenha não pude confirmar esta informação). Por outro lado, comparativamente à edição norte-americana, perdemos a conectividade BD Live, através da qual é possível acessar um portal com extras adicionais que incluem novos vídeos de bastidores, mais testes de elenco, etc.
Disco 1
- Acesso Direto às Cenas Adicionais – Além de poderem ser vistas incorporadas às suas respectivas versões, as novas cenas de AVATAR podem ser acessadas em menus específicos, isoladamente ou em sequência.
Disco 2
- Cenas Excluídas (71 min.) – Como se não bastassem as cenas adicionais que esta nova edição de AVATAR traz, foram incluídas nada menos que 28 cenas que ficaram de fora da versão estendida, em vários estágios de acabamento. Inicialmente temos um “Guia do Usuário” que explica o que falta nas cenas que apresentam apenas um fundo verde, os efeitos visuais que estão faltando, etc. Cada cena é classificada de acordo com o que está faltando ou o que ficou em estágio temporário. Todas as cenas estão na proporção de tela 2.35:1 – formato no qual o filme foi exibido em 2D nos cinemas. Na grande maioria são curtas extensões de cenas que estão no filme, e sua ausência não faz grande falta. Mas algumas delas são interessantes – numa, por exemplo, temos Norm (Joel David Moore) fazendo sexo com Trudy (Michelle Rodriguez), e noutra vemos o que os outros avatares, vistos apenas no início do filme, fizeram durante o combate final;
- Capturando AVATAR (98 min.) – Ótimo documentário dividido em quatro partes focado nos principais aspectos da produção, como origem do projeto, desenho de personagens, efeitos visuais e muito mais. O destaque vai para a técnica de captura de movimentos, que em AVATAR atingiu um patamar inédito de sofisticação e passou a se chamar “captura de interpretação”;
- Uma Mensagem de Pandora (20 min.) – Pequeno documentário que acompanha a viagem de James Cameron ao Brasil em abril de 2010, na época do lançamento do primeiro Blu-ray de AVATAR. O diretor participou de um Congresso de Sustentabilidade em Manaus, e acompanhado da esposa Suzy Amis (atriz que conheceu nas filmagens de TITANIC) e dos atores Sigourney Weaver e Joel David Moore, visitou uma tribo indígena que terá de abandonar suas terras por causa da construção de uma represa. A mensagem ecológica de Cameron é válida, mas fica comprometida pelos paralelos que são frequentemente traçados com AVATAR, que transformam tudo em uma grande peça de marketing;
- Material de Produção (85 min.) – Esta seção é composta por 14 featurettes que trazem desenhos de produção, comparação de cenas de captura de interpretação, testes de efeitos visuais, testes de elenco, um projeto inacabado chamado “Brother Termite” e um vídeo com excessiva meia hora de duração com o ator coadjuvante Kevin Dorman;
Disco 3
- Desconstrução de Cena (65 min.) – Esta seção permite que o espectador assista a 17 cenas do filme de três formas diferentes: utilizando os botões coloridos do controle remoto, é possível optar pela visualização apenas com os atores na captura de movimentos feita em estúdio; com efeitos CGI rudimentares; e finalmente pela versão final da cena, com telas PIP mostrando os estágios anteriores;
- Curtas de Produção (93 min.) – 17 featurettes cobrindo etapas como criação de personagens, desenho de veículos, figurino, a captura da interpretação dos atores, a gravação da trilha sonora (com o compositor James Horner), a filmagem com a câmera 3D, o trabalho dos dublês, edição, etc.;
- Arquivos de Avatar – Esta seção inclui teaser e trailer de cinema (ambos na proporção 2.35:1), o primeiro esboço da história do filme (onde o nome do personagem principal era Josh Sully), o roteiro final de 300 páginas, a “Pandorapédia” (nada menos do que 449 páginas detalhando o mundo ficcional criado por Cameron), letras de canções Na’vi e “A Arte deAvatar”, nada menos que 15 galerias de imagens divididas por tópicos: o mundo de Pandora, as criaturas de Pandora, os Na’vi, armas, veículos, maquetes de personagens, etc.;
Jorge Saldanha
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uma das melhores coisas que já me aconteceram na vida:Avatar.Muito boa a edição.Pena que a capa não é digipack como na versão USA,mas essa serve….é melhor que nada!
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na cena da morte de Tsu’tey com jake aparecendo NAO HÁ PROBLEMA DE CONTINUIDADE…pq o equipamento que Jake usava NÃO FOI DANIFICADO…jake sai do equipamento pq o vidro da base aonde ficavam as cabines quebra, entrando gás de pandora, letal aos humanos, dentro da mesma..nada impede que após ele colocar uma máscara de oxigênio ele pudesse voltar a comandar o avatar.
a única cabine destruída na cena é uma que estava vazia, a que Jake usava não sofreu qualquer dano.
(Laz Alonso). Esta última gera um problema de continuidade, já que se passa imediatamente após o equipamento que permitia a Jake assumir seu avatar Na’vi ter sido danificado durante o combate com Quaritch (Stephen Lang). Ou seja, não havia como consertar o equipamento a tempo de o avatar de Jake encontrar o moribundo Tsu’tey.
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omprei o meu há pouco , está por 49.90 no submarino . Imagem e som espetacular , referência em qualidade com certeza .
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